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Falhas na atenção básica de saúde se repetem em várias regiões do país
SINDHOSPI

O Bom Dia Brasil mostra as falhas na atenção básica de saúde. Os problemas se repetem em várias regiões do país. São pacientes que poderiam enfrentar menos dificuldades, se houvesse um acompanhamento de qualidade.

Além dos problemas com a falta de remédios, equipamentos e funcionários, a auditoria do Tribunal de Contas da União revela a falta de preparo de quem trabalha com a atenção básica no Brasil.   Quase 70% dos municípios não conseguem dar treinamento aos profissionais de saúde.

O Bom Dia Brasil procurou as prefeituras das cidades mostradas na reportagem. Todas informaram que estão investindo em infraestrutura e na contratação de novos profissionais. Veja abaixo as notas na íntegra

Nova Iguaçu

A Secretaria de Saúde de Nova Iguaçu tem aumentado a cobertura da atenção básica investindo em infraestrutura e em pessoal qualificado para formação das equipes. Já inaugurou 22 novas clínicas da família e outras 12 estão em obras. O município tem dificuldades para encontrar médicos que queiram trabalhar pelo SUS, mas nenhuma unidade está fechada ou sem atendimento. As consultas são realizadas em todas as unidades de acordo com o que estabelece o Ministério da Saúde. Em relação aos medicamentos há casos de demora na reposição de alguns itens, o que tem sido resolvido pela equipe de gestão. É importante ressaltar que Nova Iguaçu tem sofrido com a crise financeira, que é nacional, e com o atraso nos repasses, que são os mesmos desde 2014. Por estar rodeada de municípios que nos últimos três anos fecharam unidades de pronto-atendimento e algumas estão com funcionamento precário cerca de 40% dos pacientes atendidos em Nova Iguaçu são moradores de outras cidades. A demanda de pacientes tem sido cada vez maior ultrapassando muito a capacidade de atendimento. A Secretaria de Saúde já notificou estes municípios, o Conselho Regional de Medicina e o Ministério Público sobre esta situação.

Divinópolis

Parte dos problemas elencados em Divinópolis tem origem no subfinanciamento do Sistema Único de Saúde (sus), mesmo o município tendo mais que dobrado os gastos com saúde nos últimos 10 anos, elevando despesas e os investimentos de 15% previsto para 30% do Orçamento. Além desse subfinanciamento, que faz com que os recursos pagos pelo SUS não sejam suficientes para cobrir os procedimentos, o município enfrenta ainda problemas com o descompromisso no repasse de recursos pactuados. Somente a Unidade de Pronto Atendimento (UPA) deixou de receber R$ 4.375.000,00 de verba de custeio dos governos federal e estadual. O CAPSAD, em funcionamento há mais de um ano, também não recebeu nenhuma parcela dos R$ 105 mil mensais a que teria direito. Além disso, a crise do Hospital Filantrópico São João de Deus, referência no atendimento do SUS para 54 cidades de região e uma população estimada em 1,5 milhão de pessoas, se arrasta ao longo dos últimos 5 anos, sem nenhum apoio do governo federal ou solução definitiva apresentada pelo estado, o que sobrecarrega de forma acentuada na UPA, nos procedimentos as esperas por vagas hospitalares. O município também aguarda o repasse dos recursos para a conclusão do Hospital Regional, conveniados com o estado e com descumprimento do fluxo de repasses desde 2015. E também o funcionamento do Samu, onde os 53 municípios se consorciaram desde 2014, contribuem e estruturaram o programa que está pronto para funcionar, aguardando apenas a liberação por parte do estado. Enquanto isso, a prefeitura de Divinópolis busca alternativas com investimentos na implantação do Centro de Especialidades Médicas (cem), em parceria com a Universidade Federal de São João Del Rei, e a ampliação da cobertura do programa de estratégia de saúde da família, que também dobrou nos últimos dois anos. Atualmente, faltam 53 medicamentos na atenção básica, ou seja, 20% dos remédios necessários. Na atenção básica, o município realiza processo seletivo para suprir a falta de médicos e aos poucos a falta de mão de obra é solucionada.  

Uberlândia

A Secretaria Municipal de Saúde informa que nos últimos 3,5 anos o município de Uberlândia investiu no aumento do número de equipes de saúde da família, saúde bucal e Núcleos de Apoio à Saúde da Família (Nasf), implantando 27, 23 e 9 equipes respectivamente. Um avanço que significa aproximadamente 330 mil uberlandenses com cuidados em saúde mais próximo de suas casas, disponibilizando ações de prevenção e promoção à saúde, bem como oferta de consultas médicas e de enfermagem, consultas odontológicas para a população registrada nas unidades. A cobertura de atenção básica e estratégia de saúde da família passou de 33% em 2012 para 52% em 2016, representando mais de 100 mil pessoas cobertas por uma nova estratégia de cuidados.

Além disso, contam com o apoio das equipes multiprofissionais dos Nasfs, compostas por psicólogo, assistente social, educador físico, fisioterapeuta, nutricionista e médicos pediatra, ginecologista-obstetra e psiquiatra, que auxiliam na resolutividade dos casos atendidos na estratégia saúde da família.

É importante reforçar também que o município investiu em infraestrutura, com construção de 6 novas unidades básicas de saúde da família e reforma de 8 sedes, passando por ampliações e melhorando as instalações

Esclarece que todas as equipes tem como alinhamento o PMAQ (Programa de Melhoria do Acesso e da Qualidade), cujo objetivo incentivar os gestores a melhorar a qualidade dos serviços de saúde oferecidos aos cidadãos nas Unidades Básicas de Saúd por meio das equipes de atenção básica à saúde. A meta é garantir um padrão de qualidade por meio de um conjunto de estratégias de qualificação, acompanhamento e avaliação do trabalho das equipes de saúde, sendo que a última avaliação das equipes de Uberlândia pelo PMAQ, realizada em 2014, apontaram 44,44% das equipes acima da média e 38,89% muito acima da média, ou seja, mais de 83% das equipes foram avaliadas de forma positiva.

Informa ainda que as equipes de saúde da família trabalham com área de abrangência definida de 3000 a 4000 pessoas, cuidando de todos os ciclos de vida, desde a o recém-nascido até os idosos, com vínculo e responsabilização pelas pessoas. Além das atividades de prevenção e promoção de saúde, a equipe atende as demandas agudas desta população da sua área abrangência dentro da competência da atenção primária e é também responsável pela coordenação do cuidado nos outros pontos da rede, ou seja, encaminha às especialidades e para procedimentos de média e alta complexidade, entretanto os pacientes devem retornar à equipe com contra referência para continuidade do cuidado com sua equipe de saúde da família.

Dentro dessa política de cuidado mais próximo das pessoas, o programa melhor em casa foi implantado em 2013 e tem como objetivo desafogar os leitos hospitalares, dar mais conforto aos pacientes crônicos que estão estáveis e que tem a opção de serem tratados em casa. De janeiro a abril deste ano, já foram realizados quase 1000 atendimentos domiciliares e ao todo, 7,3 mil pacientes se beneficiaram pelo projeto desde sua criação em Uberlândia.

Assim, há um resgate do cuidado com personificação, próximo da sua realidade local, utilizando as potencialidades da comunidade em que vive. Os agentes comunitários de saúde são a extensão da unidade de saúde, dentro das residências das pessoas, é o olhar dos profissionais para além dos muros da unidade, possibilitando a identificação de problemas e caminhos para o cuidado efetivo das pessoas com suas especificidades.

Santa Rita

Segundo o secretário de Saúde, Jacinto Carlos de Melo, foram interditadas 23 unidades de saúde. Quatro unidades de PSF, que estavam interditadas, foram reabertas com equipamentos novos e climatizadas. A secretaria fez   uma pactuação com o Ministério Público e diversos Conselhos de Saúde.Três meses de salários atrasados, dos profissionais dos postos de saúde, foram regularizados. Falta colocar em dia os salários dos funcionários da Secretaria de Saúde.   Outras sete unidades deverão ser entregues até o fim do ano.

Belém

A Secretaria Municipal de Saúde de Belém informa que as imagens registradas na reportagem são do mês de maio deste ano e que já tomou todas as providências para contornar os casos mostrados na reportagem. As unidades municipais citadas na matéria atuam com a quantidade de médicos e de especialidades determinadas pelo Ministério da Saúde.

Na unidade de saúde do Tapanã atualmente trabalham sete odontólogos, não havendo demanda reprimida para este atendimento. Hoje a unidade também conta com 3 ginecologistas e 6 clínicos gerais. A unidade está sem pediatra devido à escassez deste especialista no mercado. A Secretaria, inclusive, está aberta para contratação destes profissionais.

Na UMS da Terra Firme, e em várias outras unidades de saúde, a marcação de consulta está passando por um processo de informatização para que esse atendimento seja feito de forma mais efetiva.

A Sesma ressalta ainda que está ampliando o número de serviços e profissionais médicos com o fim de ofertar o maior número de consultas básicas e especializadas.

Jabotão dos Guararapes

Os problemas mostrados na reportagem foram detectados em maio deste ano, portanto já contamos, no mínimo, 40 dias de intervalo até hoje. Fizemos imagens na segunda-feira (11) onde podemos notar que a prefeitura já tomou providências para minimizar os problemas.

A cadeira de dentista não apresentava defeito técnico. Na época não estava sendo utilizada porque houve um problema de drenagem na rua do posto e a água invadiu a sala. Foi um período de fortes chuvas que atingiram o município.

Em relação à falta de medicamentos, no mês de maio, foi um problema pontual com a distribuição. Logo o estoque foi restabelecido para a população.

A sala de curativos também não tem problema de desabastecimento, conforme imagens enviadas pela gestão. Tudo foi restabelecido há mais de 30 dias.

O sabonete líquido das pias onde os pacientes precisam fazer a higienização também já foi reposto no mesmo período dos outros itens acima questionados na reportagem.

A não presença do médico no posto se deu porque a profissional que atua na área estava de licença maternidade. A prefeitura já providenciou a substituição da mesma para que a comunidade não seja prejudicada no atendimento.

Recife

A prefeitura do Recife informa que investiu cerca de R$ 30 milhões na construção de 10 Upinhas, novas unidades de saúde da família que oferecem um novo padrão de qualidade para a atenção primária à saúde, modelo de atendimento na atenção básica que a gestão acredita ser o ideal para a cidade. Também foram requalificadas 75 unidades de saúde já existentes.

Faltavam clínico e pediatra. De acordo com moradores, o local é dividido em duas equipes e uma delas estava sem profissionais. O médico generalista que atendia na unidade pediu exoneração, mas foi substituído. Recentemente, a prefeitura do Recife realizou a nomeação de 181 novos médicos para a rede. De 2013 até agora, foram nomeados 640 novos médicos. A Secretaria Municipal de Saúde do Recife esclarece ainda, que a unidade Vila dos Milagres é uma unidade de saúde da família, portanto oferece atendimento com um médico generalista conforme padrão do Ministério da Saúde. O atendimento de especialistas, a exemplo de pediatra, é feito por encaminhamento.

A gerência da área informou que o desabastecimento aconteceu por causa de problemas na distribuição com o fornecedor, mas que a USF já recebeu os remédios que estavam em falta.

A gerência informa que a sala onde é realizado o exame preventivo precisou passar por reparos, mas o problema foi solucionado e não impediu a realização do exame, pois as usuárias eram encaminhadas para outra unidade no mesmo bairro.

Não havia internet nem copo d'água no local. A interrupção no serviço teve como causa o roubo de cabos na área externa do prédio, mas a unidade continuou usando um modem para atender as demandas da comunidade. Em relação aos copos, a gerência explica que o material fica na recepção e é entregue aos usuários quando estes solicitam.

A gerência informa que o fluxo no atendimento odontológico da USF Vila dos Milagres está sendo normalizado de acordo com a reposição dos insumos. A Secretaria Municipal de Saúde reforça que fez investimentos, ampliando o número de equipes de saúde bucal de 134 para 164 equipes - cada equipe tem um dentista, um técnico e um auxiliar de saúde bucal -, além da aquisição de novos equipamentos, resultando na expansão do serviço em toda a rede.

Porto Alegre

Os pontos apresentados vêm sendo constantemente tratados pela Secretaria Municipal de Saúde. Infelizmente, tivemos o óbito de um dos médicos que atendia na Unidade Rubem Berta. Identificada a falta de profissionais, a Secretaria solicitou - excepcionalidade no processo de contenção de despesas - a contratação de médicos para as unidades. O concurso foi homologado em 16 de junho, e o primeiro colocado chamado em 30 do mesmo mês, que abriu mão da vaga, sendo necessária a convocação do segundo colocado. Vale ressaltar que enfrentamos uma grande dificuldade na colocação de médicos na unidade macedônia por ser um local distante do centro da cidade, sendo preenchido especialmente por profissionais do Programa Mais Médicos. A a falta de reposição de profissionais do Programa Mais Médicos na capital (já foram 123 e hoje são 97) agravou esta deficiência no atendimento, dependendo da liberação de novas contratações por parte do Ministério da Saúde. Ambas as unidades contaram ou contam com profissionais do programa. A unidade Rubem Berta possuía um profissional do mais médicos mas atualmente não conta com nenhum. Já a unidade Macedônia contava com três médicos do programa e hoje dois fazem parte do grupo. Em 70% das unidades de saúde do município implantamos o acolhimento com identificação de necessidades. É o caso da Unidade Rubem Berta que há menos de 15 dias iniciou este processo. Com a ação, acabamos com a fila nas unidades de saúde para marcação de consultas. Todos os usuários são atendidos e busca-se verificar em conjunto - profissional de saúde e usuário - a demanda a ser atendida, podendo ser médica, enfermagem ou odontológica (imediata, agendada ou até mesmo encaminhada para serviço de urgência). Também são averiguadas condições para outras ofertas de saúde como grupos ou até visitas domiciliares.

Nova Crixás

A secretária de Saúde de Nova Crixás, Maria das Dores Oliveira de Sá disse que os problemas na saúde básica do município são pontuais. Informou que a cadeira do consultório já foi consertada e que o atendimento está normalizado. Ela disse que a cadeira ficou um mês estragada, à espera de uma peça de reposição. A secretária disse ainda que vão ser inauguradas três novas unidades básicas de saúde com estrutura ampliada e melhor preparadas pra atender à demanda, porque vão receber leitos de internação.

Oiapoque

A prefeitura de Oiapoque informou que a localidade é muito distante e de difícil acesso e que hoje não tem recursos para enviar um médico. A alternativa é fazer visitas itinerantes a cada três meses. Hoje, a prefeitura conta com apenas três médicos para atender todo o município. Mas garantiu que até o fim deste mês, mais seis médicos devem integrar a equipe. Quanto à precariedade do prédio, a prefeitura disse que não tem recursos próprios para construir ou reformar o posto e que depende de recursos federais para isso. Sobre a quantidade de técnicos em enfermagem, a prefeitura disse que não tem mais profissionais para enviar e que está trabalhando no limite.

 

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